Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), o Brasil produz cerca de 35 milhões de toneladas de calcário agrícola. Nos últimos 10 anos a utilização desse tipo de insumo duplicou e ainda há um mercado com vasto potencial de investimento. Os solos brasileiros, assim como outras terras tropicais são, na sua maior parte, ácidos e a calagem é reconhecida como a melhor maneira de corrigir o solo, favorecer o desenvolvimento das raízes e garantir produtividade das lavouras.
A entressafra inverno-verão costuma ser um período crítico para muitos produtores agrícolas e, por isso, além de identificar o melhor recurso para produtividade do solo é preciso saber como usar o calcário da melhor forma. Algumas dicas importantes são:
Análise do solo – Antes de adquirir o calcário, é importante que o agricultor faça uma análise do solo. Muitos escolhem o calcário pela disponibilidade na sua região, pelo preço do frete e coloração. No entanto, observar a correção realizada no solo anteriormente, o tipo de solo e as concentrações de Cálcio, Potássio e Magnésio são tão importantes quanto a escolha do calcário com garantias estabelecidas pela legislação.
Escolha do calcário – Além de buscar por um fornecedor idôneo, antes de adquirir o calcário recomenda-se que ele seja avaliado. A ideia é verificar se realmente o produto entregue pelo distribuidor contém a proporção adequada de Cálcio e Magnésio para a correção do solo. Ações como essas evitam que o produtor tenha gastos mais altos no futuro e contribuem para um equilíbrio químico das bases no solo e nas plantas.
O calcário ideal é usado como uma barreira química que neutraliza o alumínio, substância tóxica para as plantas, ajuda a fornecer nutrientes importantes como o fósforo, e ainda aumenta o nível de cálcio e magnésio. Isso torna o solo mais aerado, a água circula melhor, as raízes se desenvolvem mais e aumenta a atuação dos microrganismos.
O manejo do solo – O ideal é aplicar o calcário em dias com menos vento, pois, como ele é uma rocha moída, as frações mais finas e reativas podem ser perdidas. Para que haja contato com as partículas do solo, a incorporação é muito importante. O cálculo da dose vai depender da profundidade em que o calcário será incorporado. Se seguir somente a fórmula do manual, a profundidade é 0-20 cm. Mas, se o produtor, por exemplo, quiser incorporar até 30 cm, a dose deve aumentar em 50%. Ou, ao contrário, se for incorporar a 10 cm, divide a dose pela metade. O uso do calcário está associado ao fator solo, enquanto os outros insumos utilizados na agricultura estão diretamente ligados às culturas. Para um resultado ideal, consulte seu agrônomo na hora de fazer a calagem de sua área de plantio.
Fonte: Globo.com
